18 de setembro de 2009

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Enquanto Smith deambulava pelas escadas, atordoado com tão caótico cenário, Jenny a secretária, permanecia sentada na cadeira do seu Chefe. De pernas cruzadas, apoiando levemente o queixo sobre a sua mão, de pele macia e dedos longos, tentava ser racional quanto ao sucedido. Preocupava-a não o turbilhão de acontecimentos mas a quarentena em si. Jenny passara uma infância apavorante. Orfã de pai e mãe, nunca conhecera qualquer família, à excepção das funcionárias da instituição onde permanecera até atingir a maioridade. De todas elas, a que mais gostava era a Miss Parker, senhora dotada de uma inteligência superior que lhe transmitia a sua sabedoria não apenas através das suas palavras, mas também dos muitos livros que lhe oferecera ao longo dos anos. Sempre a viu como uma mãe que nunca tivera. Jenny não era um ser sociável. Ainda hoje possui marcas intermináveis no seu corpo da violência que as pessoas da instituição a fizeram sentir. Por isso, formulou uma opinião das pessoas em si não tão positiva quanto desejaria. Miss Parker era a única que sempre a tratara como uma menina que era e, daí, a sua preocupação com a quarentena. Miss Parker é, agora, uma senhora com alguma idade, por quem Jenny é responsável.

1 comentário:

P. Páscoa disse...

Gostei!
A "secretária do chefe" estava mesmo a precisar de um nome.
Vamos ver se na proxima sequência Jenny e Smith conseguem sair da clausura.